A Águia da Legião Perdida

Após o desaparecimento da legião de seu pai, um jovem centurião tenta solucionar o mistério. Acompanhado do escravo Esca, ele enfrenta tribos selvagens para encontrar a águia de ouro, símbolo daquele exército.

Opinião Pública sobre A Águia da Legião Perdida

Acho que é fácil encontrar explicações sobre a razão pela qual a nossa cultura continua fascinada pelo Império Romano, cerca de 1.600 anos após o seu colapso. (Para que você não pense que este é principalmente um fenômeno americano contemporâneo, lembremos que “Declínio e Queda do Império Romano”, de Edward Gibbon , foi publicado em 1776.) Aparentemente, não é tão fácil fazer bons filmes sobre o Império Romano, ou pelo menos menos bons filmes que capturam a imaginação do público, já que ninguém acertou desde o ensaboado mas memorável “Gladiador” de Ridley Scott e Russell Crowe , há mais de uma década.

O espetáculo de orçamento médio do diretor Kevin Macdonald, “The Eagle”, captura uma visão memorável da vida na Grã-Bretanha romana do século II dC, e o roteiro de Jeremy Brock está vivo para a obsessão romana pela honra e a aceitação quase casual da morte violenta. Mas esta adaptação do amado romance para jovens adultos de 1954 de Rosemary Sutcliff, “A Águia do Nono”, bastardiza o material de origem sem nenhum bom propósito, terminando com uma combinação tensa de rah-rah, aventura de vínculo entre meninos e PC intercultural. exploração. Mesmo assim, “The Eagle” seria muito mais divertido se não fosse pelas cenas de ação totalmente incoerentes e pela atuação paralela do jovem em ascensão Channing Tatum como seu herói supostamente taciturno e ferido.

“A Águia” é o segundo filme em um ano a abordar uma controvérsia histórica: o misterioso destino da Nona Legião Espanhola, outrora comandada por Júlio César, que supostamente desapareceu em algum lugar da Grã-Bretanha por volta do ano 117 DC (digo “supostamente” porque alguns historiadores acham que não aconteceu dessa maneira.) O primeiro foi o subestimado “Centurion” de Neil Marshall, uma saga ultraviolenta de lama e sangue estrelada por Michael Fassbender como o comandante de um pequeno grupo de sobreviventes da Nona Legião que tentavam lutar. seu caminho para casa através das contradições do império. Se “Centurion” era obviamente uma parábola sobre as desventuras contemporâneas da América no exterior, ela foi mantida por performances vigorosas, intensidade visual e puro impulso narrativo, nenhum dos quais está muito em evidência em “The Eagle”.

Tatum interpreta Marcus Aquila, um jovem oficial romano cujo pai desapareceu 20 anos antes, enquanto comandava o Nono no hostil norte da Grã-Bretanha (também conhecido como atual Escócia). Depois de ser ferido em batalha e dispensado do exército, Marcus vai para o norte apenas com seu escravo britânico Esca (belo trabalho do jovem ator inglês Jamie Bell), na esperança de descobrir o destino de seu pai e recuperar a estatueta de metal que serviu de estandarte da legião: a águia da Nona. Há muito material excelente aqui, desde a disposição de Marcus de morrer em busca de um símbolo sem sentido até os laços de honra masculina que cimentam a ambígua relação de Lone Ranger-e-Tonto entre Marcus e Esca, um celta nativo que é, afinal , ajudando um invasor romano contra seu próprio povo.

Embora eu não tenha dúvidas de que o físico de estrela do futebol de Tatum deixa muitos espectadores com os joelhos fracos, sua atuação como Marcus é apresentada de uma maneira sombria, chapada e de uma nota só, que acho que ele considera grave e séria. Macdonald dirigiu filmes interessantes, incluindo “O Último Rei da Escócia” e o documentário de montanhismo “Touching the Void”, mas este parece desconexo e episódico, como se ele e Brock nunca tivessem definido uma abordagem para o romance de Sutcliff e estivessem experimentando com vários tipos diferentes de filme em um.

Mais do que qualquer outra coisa, “The Eagle” se assemelha a um faroeste – às vezes um faroeste de homem branco entre os nativos no estilo de “A Man Called Horse”, e às vezes um faroeste de guerra é um inferno nos moldes de ” Os Pesquisadores” ou “Imperdoáveis”. Mas, assim como a decisão de escalar atores americanos como romanos e atores britânicos como escravos celtas (desafiando a convenção da espada e da sandália), esta parece uma premissa intrigante que nunca vai a lugar nenhum. Na verdade, essa é uma boa maneira de definir todo o filme, que apresenta impressionantes cenários escoceses, recriações fantasiosas de aldeias celtas primitivas e alguns episódios de violência perturbadora embrulhados em uma conclusão bizarramente alegre, mas sem nenhuma razão discernível para existir.

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