Abigail

Depois que um grupo de possíveis criminosos sequestra a bailarina de 12 anos, filha de uma figura poderosa do submundo, tudo o que eles precisam fazer para receber um resgate de US$ 50 milhões é vigiar a garota durante a noite. Numa mansão isolada, os captores começam a diminuir, um por um, e descobrem, para seu crescente horror, que estão trancados lá dentro, sem nenhuma garotinha normal.

Opinião Pública sobre Abigail

Sangue e sangue coagulado são produtos de longa data do gênero de terror. A pergunta que todo cineasta deve fazer é o quanto deseja se apoiar nesses elementos. É perfeitamente possível fazer um filme de terror que não seja particularmente gráfico. Outras vezes, porém, a história pode se beneficiar ao se inclinar para a carnificina. Abigail é um desses casos. Esta é uma imagem incrivelmente sangrenta que, francamente, não seria tão divertida se fosse sutil. Os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett ( Scream VI , Ready or Not ) atingiram aquele equilíbrio onde o derramamento de sangue vende o perigo que os personagens correm ao mesmo tempo que serve para proporcionar algumas risadas sombrias.

A história trata de um grupo de criminosos reunidos por um homem chamado Lambert (Giancarlo Esposito) para um trabalho bem remunerado. Eles não se conhecem e atendem pelos nomes de membros do Rat Pack. Entre eles estão o ex-policial Frank (Dan Stevens), o hacker Sammy (Kathryn Newton) e o viciado em recuperação Joey (Melissa Barrera). A missão deles é sequestrar uma bailarina de 12 anos chamada Abigail (Alisha Weir) e exigir milhões de dólares de seu pai rico para seu retorno. O que eles não sabem – e descobrem da maneira mais difícil – é que a criança é um vampiro. A mansão onde a estão escondendo está lacrada, deixando-os presos lá dentro por 24 horas.

Por que a criança é bailarina? Quem sabe. Apesar de tudo, permite que ela faça piruetas e Pliés ao atacar suas vítimas. Isso é mais legal do que pode parecer, dando à garota uma forma única de ameaça. Weir é o raro ator infantil que também consegue interpretar um monstro de forma convincente. Observá-la alternar entre “doce e inocente” e “sanguinário” é uma piada. Abigail desafia M3GAN por seu dinheiro.

O filme desenvolve sua personagem de maneira marcante. Há muito mais em Abigail do que esperávamos inicialmente. Todos os outros recebem da mesma forma uma qualidade distinta que lhes permite colidir de forma divertida. Newton e Kevin Durand (como Peter, o “músculo” do grupo) oferecem um alívio cômico com sua peculiaridade. Stevens torna Frank um sujeito sujeito a decisões precipitadas, e Barrera dá uma injeção de ânimo no processo, já que Joey tem uma história envolvendo o filho que foi negligenciado por causa do uso de substâncias. Ver esses indivíduos díspares cooperando e entrando em conflito alternadamente enquanto tentam enganar o vampiro adolescente é tão divertido quanto matar.

Ah, sim, as mortes. Eles são gloriosos. Como Abigail dedica tempo para estabelecer as personalidades de seus personagens, a violência significa alguma coisa. Pessoas são feridas ou mortas de forma criativa, deixando muitos dos atores cobertos por quaisquer efeitos que os técnicos usam para simular sangue e vísceras. Mostrar isso explicitamente ajuda a estabelecer um tom exagerado que condiz com o enredo. Bettinelli-Olpin e Gillett procuram capturar essa qualidade onde uma premissa de terror ultrajante leva os espectadores a um passeio selvagem. O excesso de sangue atinge esse objetivo. É nojento, mas às vezes também meio engraçado.

Um excelente elenco é outra vantagem, com Barrera provando ser um destaque particular. Ela dá a Joey uma bela mistura de resistência e vulnerabilidade. O roteiro de Stephen Shields e Guy Busick é cheio de reviravoltas que garantem que o filme nunca se torne previsível. As regras do cenário central são reescritas algumas vezes. Essa combinação de performances de qualidade, escrita nítida e violência exagerada transforma Abigail em um prazer acelerado para os espectadores que gostam de terror alucinante com um toque cômico.

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