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Pequenas Cartas Obscenas

Jun. 06, 2024United Kingdom, United States, France100 Min.R

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7 0 voto

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Cast

Sinopse

Quando as pessoas em Littlehampton começam a receber cartas escandalosas e obscenas, a suspeita recai imediatamente sobre a ardente Rose, que pode perder a guarda da filha. Um grupo de mulheres se propõe a solucionar o mistério.

Opinião Pública sobre Pequenas Cartas Obscenas

no que me diz respeito, não há nada que Olivia Colman ou Jessie Buckley – ambas deusas da tela – possam fazer que não valha a pena assistir. Não quero dizer que amei todos os filmes em que eles apareceram, porque não amei… mas quero dizer que mesmo nos filmes deles que não amei, sempre os achei extremamente fascinantes. . Eles resgatam filmes ruins. Eles tornam bons filmes melhores. Eles sempre me recompensaram quando passo tempo com eles, não importa o que esteja acontecendo ao seu redor.

E agora eles podem bater de frente na tela pela primeira vez? É Natal? (Os dois estrelam The Lost Daughter , de 2021, mas nunca aparecem juntos.) Melhor ainda: não há necessidade de qualificadores aqui. Eu adoro Wicked Little Letters e posso facilmente ver isso se tornando um futuro filme de conforto para mim, um filme para revisitar quando estou me sentindo deprimido e precisando de um estímulo alegremente indecente e gloriosamente travesso.

Porque, meu Deus, isso é uma delícia. É uma reviravolta no drama de fantasia da época inglesa, que já deveria ter sido feito há muito tempo. Está cheio de raiva feminina pelas restrições e expectativas sociais sob as quais as mulheres operam – no passado, mas também hoje – o que nunca deixa de ser bem-vindo. É sobre mulheres que guardam segredos e ainda o seu descontentamento porque as consequências de não o fazerem são demasiado imensas, com as quais tantas mulheres (e provavelmente muitos homens) se irão identificar. Também é engraçado como o inferno e repleto de energia atrevida. A rota de colisão em que Colman ( O Pai , Assassinato no Expresso do Oriente ) e Buckley ( Homens , Fera ) estão aqui é hilariantemente épico. E também sério, de um jeito que não brinca.

É assim: Edith Swan de Colman é uma solteirona afetada, religiosa e extremamente conservadora – uma palavra que odeio, mas que é, infelizmente, historicamente apropriada – que ainda mora com os pais (Timothy Spall [ The Last Bus , Mrs Lowry & Son ] e Gemma Jones [ Rocketman , God’s Own Country ]) na idade avançada de quase 40 e poucos anos. Estamos no início da década de 1920, na pacata vila inglesa de Littlehampton, Sussex, não muito longe de Londres. A vizinha do lado é Rose Gooding, de Buckley, uma imigrante irlandesa turbulenta, mãe de uma filha pequena (Alisha Weir) e casada com um homem (Malachi Kirby: Boiling Point , Dough ) que não é o pai de seu filho – tudo bastante grosseiro e socialmente inaceitável, você não sabe. Mesmo assim, Edith e Rose tornaram-se amigas, na medida do permitido entre mulheres tão díspares. Até…

Veja, Edith vem recebendo, já há algum tempo, enquanto Wicked Little Letters abre, as mais vis cartas de caneta envenenada, pequenas notas cruéis cheias da vulgaridade mais chocante, pelo menos como alguém avalia em uma curva da década de 1920. Letras de caneta venenosa costumavam ser uma coisa, na era pré-Internet; na linguagem moderna, pense em “trolls desagradáveis e desbocados entrando em seus DMs”. Exceto que os DMs passam pela caixa de correio da sua porta a tempo de serem lidos com o chá da tarde. (Há um debate a ser travado se isso é mais ou menos íntimo do que o abuso que chega aos nossos telefones de companhia constante hoje em dia.) E Edith acredita que Rose, uma moça terrena que adora invectivas inventivas e não hesita em xingar em voz alta em público, está por trás das cartas.

“Esta [história] é mais verdadeira do que você imagina”, somos informados a nós, espectadores, no início de Cartas , e isso é verdade: o roteiro do roteirista Jonny Sweet, estreia do comediante e roteirista de TV britânico, é baseado em acontecimentos que realmente aconteceu. Não procure no Google se você ainda não conhece a história (embora provavelmente não conheça, porque ela foi praticamente esquecida até agora, embora tenha sido um escândalo enorme e muito público na época). Digo isso, embora, embora as Cartas possam ser apresentadas no início como um mistério – quem ou quem poderia estar enviando cartas tão horríveis? – rapidamente se transforma em um estudo de caráter sobre por que o perpetrador, revelado logo no início, está fazendo o que está fazendo. E então se torna uma história deliciosamente sorrateira, semelhante a um pseudo-assalto, enquanto outros personagens tentam enredar o escritor de veneno para provar que são o bandido. O que, em última análise, levanta questões sobre o quão “ruim” o criminoso realmente é…

Se você quer que um mistério seja resolvido, é melhor colocar um intrometido local e uma policial no caso.
Talvez seja aqui que Cartas é mais maravilhosamente intrigante. A diretora Thea Sharrock, com seu terceiro longa (depois da aventura familiar The One and Only Ivan e do drama romântico Me Before You ) é deliciosamente provocativa em suas escolhas de elenco: a atriz tâmil Anjana Vasan ( Cyrano , Mogul Mowgli ) é uma piada como “Mulher Policial ”Gladys Moss, que assume a responsabilidade de investigar as travessuras em andamento, apesar do fato de ser levada muito menos a sério como investigadora do que seu colega branco (interpretado com magnífica estupidez por Hugh Skinner [ Star Wars: Os Últimos Jedi , Os Miseráveis ]). A verdadeira Moss não era uma mulher de pele morena, assim como na vida real, o marido de Rose não era um homem negro, como é o ator Kirby. E há outros papéis aqui preenchidos de maneiras “diversificadas” e “daltônicas”, o que apenas torna a faca astuta deste filme ainda mais poderosa.

Isso pode ter sido inspirado em eventos reais, mas esses eventos são moldados aqui para contar uma história que tem algo a nos dizer um século depois, como os contos históricos devem ter se quisermos nos conectar com eles. A coisa mais astuta que Wicked Little Letters faz pode ser incitar-nos a interrogar os nossos preconceitos do século XXI, sublinhando os vectores sociais e culturais ainda duradouros ao longo dos quais a opressão quotidiana continua a ocorrer. Ao mesmo tempo que desfruta de alguns palavrões verdadeiramente inspirados.

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